"Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…
Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!"
Florbela Espanca (08.12.1894 - 08.12.1930)
Filme "Florbela" de Vicente Alves do Ó
2 comentários:
Florbela, como escreve!
Deduzo que soube amar mas escreveu com as letras do sofrimento.
Beijo,
Inês
ser Poeta... é ser Florbela!
um abraço
Hedukiesse
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