Unintended

 

You could be my unintended choice
To live my life extended
You could be the one i'll always love

You could be the one who listens to my deepest inquisitions
You could be the one i'll always love

I'll be there as soon as i can
But i'm busy
Mending broken
Pieces of the life i had before

 

Muse

 

" Há quem morra aos trinta e seja enterrado aos oitenta apenas."

Sabes uma coisa? Tenho pensado em ti. Não muito. Apenas um pouco.
Construí o meu próprio monólogo onde tu estás presente. Escutas apenas, porque nada haverá a dizer. Nada há que possa ser dito que elimine o sentimento de culpa, meu e teu.
Um dia vou dizer-te esse monólogo. Não vais perceber porquê. Talvez aos teus olhos mude.Talvez... Não foi de ânimo leve...não conseguiste ver isso?
Não sou quem pensas que sou. Sou mais. Não melhor. Apenas mais... Lamento outrora não ter sido mais. Não fui...
Hoje tê-lo-ia sido. Forte.
"Podia durar para sempre.
O bom e o mau.
Ter-te, esperar por ti.
Sentir-te.
Mesmo o que não se pode dizer podia durar para sempre.
Esta ausência de mim é tudo (...)"

Ponto.Final.

No espaço deste tempo passado, confesso, numa coisa tinhas razão.

Sabias mais. O teu pragmatismo (mais intransigência) salvou-te das ruas da amargura.

(Foste cruel, espero que o tempo te tenha permitido vislumbrar, bastava-me isso. Sei que não.)

Numa coisa tinhas razão.
Não existem segundas oportunidades. 
É um fechar de porta seco.


Saudade

Chegaste inadvertidamente pelo meio da multidão que enchia a praça. Senti chegar o teu sorriso, inigualável, confortante... (que nos via por dentro!). Disseste-me uma ou duas verdades, como só tu sabias dizer. E diluíste-te na multidão, feliz, em paz, de sorriso meigo, que me dizia que estás aqui e que me vês, dia após dia. 

Repetição

"Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um."

Danças

Ontem desisti de viver.
Vaguei na penumbra do cá e do lá. No fio da navalha.
Arranquei-me de mim, de mim nas pessoas, despi-me do que fui, do que não sei que sou e do que não sei que quero ser. Soprei tudo ao ar.
Qual corpo deambulante, espectro.
Um swing de voltar ou não voltar.






Ar


Corre lá fora.
Não a acompanho.

Indiferença.

Ontem


"- Se tivesse um sorriso como o teu, andaria sempre a sorrir."
Disseste-me um dia, quando estava apaixonada. Quando ainda te sonhava  e o meu mundo eras tu.
E durante muito tempo inventaste acrobacias e truques pouco mágicos para que o contrário acontecesse em mim.
E muito tempo volveu.
E simplesmente aconteceu.
Um mundo para além das tuas janelas verdes. O teu rosto vincado sem a magia do meu palco. E os meus sorrisos, simples esgares ao pôr-do-sol.


Soluções de Mudança

"Não interessa se és novo ou velho,
Se tens muito ou pouco.
Não interessa de onde vens,
Mas sim para onde vais.
Na tua vida há um MOMENTO,
O MOMENTO em que percebes que essa vida é Tua!
E que podes mudá-la!
O MOMENTO em que decides ter o futuro nas mãos,
Torná-lo mais Teu!

Agarra esse MOMENTO!
Aproveita-o!
Trilha o Teu caminho.
Acredita em Ti!
No Teu potencial.

Porque há um dia na Tua vida
Em que decides MUDAR a vida!..."

Lisbon Revisited (1923)

"Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!"

                                                                                                             Fernando Pessoa

http://www.gulbenkian.pt/index.php?article=1520&langId=1&format=402

Hoje...

...quero tudo! Não quero nada...
Sol de Inverno,
Quão me aqueces!
Sinto-te beijar o rosto
Acaricias-me os lábios
Brincas com as minhas mãos.
Fica mais um pouco,
Só mais um pouco.
Abraça-me por mais um segundo!
Antes que se faça noite,
Noite
Em mim.
"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

Carlos Drummond de Andrade

Glimpse!

Sim. É isso mesmo. Derradeiramente conseguiste ver-me. Vislumbraste-me, por um momento...
E leva contigo as investidas que, sorrateiramente, teimas em fazer entrar na minha frágil existência.

Eu

"Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…

Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!"

Florbela Espanca  (08.12.1894 - 08.12.1930)


Filme "Florbela" de Vicente Alves do Ó

Juntos rumo a...

Olhos mais tristes do que os teus, os meus.
E, enquanto isso, vamos procurando no corpo um do outro. O que procuramos?... Podias ser a minha resposta. E eu a tua. Mas o silêncio que sempre se instala no quarto sem chão suplanta tudo, as perguntas, as respostas e até os afectos. Um dia tudo isto terá um fim.
E, enquanto isso, vamos procurando no corpo um do outro.

And so it is...

"And so it's
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it's
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...

And so it's
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it's
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind...
My mind... my mind...
'til I find somebody new"

The Blower's Daughter by Damien Rice

Entrelinhas

- Fala p'ra mim...
- Que queres que diga?
- Fala comigo!...
(-Gosto!)